06 Mai 2011
O mundo terá de triplicar a participação das energias renováveis na matriz até 2035 se quiser manter as concentrações de carbono na atmosfera em um nível seguro. Esta é a má notícia. A boa é que o potencial tecnicamente aproveitável desses tipos de energia é muito maior do que a demanda atual e as projetadas da humanidade. As conclusões são do IPCC, painel do clima da ONU, e serão publicadas na segunda, no Relatório Especial sobre Fontes de Energia Renovável.
A reportagem é de Claudia Angelo e publicada pelo jornal Folha de S.Paulo, 07-05-2011.
Segundo o painel, a participação das renováveis na matriz global terá de passar dos atuais 14% para 35% para que o mundo estabilize os gases-estufa na atmosfera. O aumento esbarra em duas dificuldades principais. A primeira é de ordem técnica: muitas das tecnologias energéticas potencialmente redentoras são experimentais.
A outra são os custos. Boa parte dessas fontes, em especial a solar, só é competitiva quando se contabilizam os custos ambientais e para a saúde de outras fontes. "Hoje o Brasil é um exemplo mundial, o custo é competitivo. Mas deu certo porque houve uma vontade política", disse à Folha Suzana Kahn Ribeiro, da Coppe-URFJ e membro do IPCC.
Uma das principais conclusões do IPCC é que a adoção de renováveis tende a crescer com custos decrescentes. Sem nenhum esforço adicional, eles serão 3% da matriz de transportes em 2030. "Com políticas de mitigação, passam para 11%", diz Segen Estefen, da Coppe, que também participou do trabalho.
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Mais barata, energia "verde" deve crescer, diz relatório do IPCC - Instituto Humanitas Unisinos - IHU